História da Dança
Professora-Artista: Graduada em Dança pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
Bailarina profissional: Registrada pela Delegacia Regional de Trabalho (DRT)
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Contexto Histórico da Dança
A História da Dança carrega em si uma bagagem histórico-político-social muito potente e transformadora. A dança nasceu com os primeiros seres humanos. Na pré-história dançava-se pela vida, pela sobrevivência, o homem evoluiu e a dança obteve características sagradas, os gestos eram místicos e acompanhavam rituais, como por exemplo, na Grécia, a dança ajudava nas lutas e na conquista da perfeição do corpo, já na Idade Média se tornou profana, ressurgindo no Renascimento.
A dança surge através dos movimentos corporais como uma necessidade de expressão. Por meio das pinturas encontradas nas cavernas, sabemos que homens e mulheres já dançavam desde a pré-história. Assim, a dança é uma das expressões artísticas mais antigas. Aqui em nossa Escola de Dança em Serra Negra, unimos a teoria e a prática para que os alunos possam compreender cada vez melhor sobre realmente o que é a Arte da Dança!
A dança caracteriza-se tanto pelos movimentos previamente estabelecidos, como a coreografia ou improvisados e sua existência pode ser como expressão artística ou como forma de divertimento. Os tratados sobre dança surgiram a partir do século XVI.
Cada país europeu criou suas próprias danças. Primeiro eram coletivas, depois foram adaptadas aos pares. Assim como vários outros aspectos culturais, a dança foi se transformando na proporção em que os povos foram se unindo e evoluindo.
Dança Primitiva
A dança acompanha o homem desde os povos primitivos. Uma prova disso são os registros de dança nas artes rupestres encontradas nos sítios arqueológicos espalhados pelo mundo. O homem dançava pela sobrevivência, dançava para a natureza em busca de mais alimentos, água e também em forma de agradecimento. A dança era quase um instinto e esses acontecimentos registrados nas paredes de cavernas em forma de desenhos, ficaram conhecidos como arte rupestre. O homem primitivo pintava nas paredes das grutas, cavernas e galerias subterrâneas cenas de caça e rituais que representavam a caçada. Nas eras Paleolítica e Mesolítica (9000 e 8000 a.C) a dança estava diretamente relacionada à sobrevivência. A dança ocorria em rituais com o intuito de impedir eventos naturais que poderiam prejudicar as colheitas, caça e pesca. Em cavernas onde encontram-se as artes rupestres há muitos desenhos de pessoas em roda, dançando em volta de animais, correndo e saltando imitando o movimento desses animais.
danças milenares
Danças Milenares são aquelas que eram realizadas pelas civilizações antigas como meio de reverenciar os deuses, tendo uma forte ligação com o sagrado. Os egípcios promoviam grandes eventos tais como festividades de casamentos, funerais e de comemoração da colheita. Nessas festividades as danças serviam como forma de agradecimento pela bondade dos deuses ou motivo para pedir proteção. Os gregos acreditavam que o poder dos deuses era mágico, assim cada deus tinha seu próprio ritual realizado com danças. |Além, do ritual sagrado, as danças tinham outras finalidades, como por exemplo, a de preparar fisicamente grupos de atletas e de guerreiros. Ou, como parte do teatro da época onde os dançarinos formavam o “coro”. A elite da civilização romana não deu importância para a dança. Isto porque, na Idade Média se dá a grande expansão da fé cristã e com ela a responsabilidade da Igreja em evangelizar e cultuar o Cristo. Assim, a Igreja determinava o que era sagrado e o que era profano. E a dança na Idade Média, com seus movimentos corporais, é considerada como prática profana. Com o tempo, foi sendo esquecida. Mas, como forma improvisada e de diversão ainda podiam ser vistas nos campos da região.
renascimento
No século XVI, surge o Renascimento e com ele, mudanças no pensamento e nos costumes. O Renascimento trouxe muitas mudanças no pensamento e nos costumes e foi a partir dessas mudanças que a dança ressurgiu. Porém, como uma forma diferente tendo um sentido de improvisação, de ludicidade e diversão que encanta o povo italiano.
Essa dança espontânea e comunicativa recebe o nome de “balleto”. Em pouco tempo, se torna agradável e passa a ser apreciada pela nobreza, ganha status social e projeção dentro e fora da Itália. Assim, os “balletos” chegam às terras francesas no século XVII. A consequência dessas mudanças geraram estudos e trouxe uma complexidade maior. A dança deixa de ser apenas diversão e passa a exigir mais disciplina e conhecimento.
As novas apresentações exigem um lugar mais apropriado e não mais os grandes salões da monarquia. Dessa maneira, transferem-se para os palcos dos teatros e com essa transferência surgem os espetáculos de dança realizados por profissionais, mas que ainda como algo que ficava entre o teatro e as pantomimas.
romantismo
O Romantismo, considerado a nova era, gera outras e novas mudanças. Foi nessa época que buscou-se recuperar a harmonia entre o homem e o mundo e para completar a revolução do balé clássico, século XVIII, que os bailarinos começam a usar sapatilhas. Os contos de fadas da literatura fazem grande sucesso. Histórias de Andersen, dos irmãos Grimm e de outros são lidos por todos e em todos os grandes centros da Europa e por que não contá-los de outra maneira? Unindo corpo e música?
Assim, de expressões pessoais ou grupais, as danças passam a contar histórias completas, com início, meio e fim feliz. Essas histórias falavam de fadas, bruxas, magias e feitiços. Mas, para contá-las era preciso que essa linguagem fosse entendida pela platéia. E surgem os grandes, ricos e belos cenários que transformavam os sonhos em realidade.
Os personagens também tinham que ser reais e surge sua caracterização por meio dos esplendorosos figurinos. A música encomendada aos mais virtuosos compositores da época, como Wolfgang Amadeu Mozart (1756-1791) e o alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827).
Foi dessa forma que a dança alcançou o triunfo. Eram espetáculos deslumbrantes e apaixonantes por sua sensibilidade. E se tornaram grandes espetáculos. E surgem as primeiras escolas oficiais de dança, como por exemplo, Companhia de Diaghilev, o Ballet Russo, que expandiu a influência russa pela Europa e Ocidente.
dança moderna
Na segunda metade do século XIX uma mulher novamente iria revolucionar toda a dança, era Isadora Duncan, provocando uma imensa renovação com uma dança mais livre, mais solta, mais ligada à vida real.
A dança moderna se tornou uma negação da formalidade do ballet clássico. Os bailarinos trabalham mais livres, porém não rompem completamente com a estrutura do balé clássico. Os movimentos corporais são muito mais explorados, existe um grande estudo das possibilidades motoras do corpo humano. Solos de improvisação são bastante frequentes.
Martha Grahan e Nijinski são os grandes revolucionários da dança dessa época. Serge Pavlovitch Diaglhilev, ou Nijinski, russo, mesmo não sendo um dançarino, criou condições míticas para a dança. Marta Grahan nos Estados Unidos na década de cinquenta criou uma nova maneira de dançar independente da música, baseando-se principalmente nos sentimentos que qualquer som pode provocar, abrindo espaço para todas as possibilidades da dança.
dança contemporânea
Na dança, a contemporaneidade deixa de ter uma estrutura clara, preocupando-se mais com a transmissão de conceitos, ideias e sentimentos do que com a estética. A dança contemporânea surgiu na década de 1960, como uma forma de protesto ou rompimento com a cultura clássica.
Depois de um período de intensas inovações e experimentações, que muitas vezes beiravam a total desconstrução da arte, finalmente, na década de 1980 a dança contemporânea começou a se definir desenvolvendo uma linguagem própria. Os movimentos rompem com os movimentos clássicos e os movimentos da dança moderna, modifica o espaço, usando não só o palco como local de referência, mas outros espaços alternativos.
A dança contemporânea é uma explosão de movimentos e criações, o bailarino escreve no tempo e no espaço conforme surgem e ressurgem ideias e emoções. Os temas refletem a sociedade e a cultura nas quais estão inseridos, uma sociedade em mudança, são diversificados, abertos e pressupõem o diálogo entre o dançarino e o público numa interação entre sujeitos comunicativos. O corpo é mais livre, pois é dotado de maior autonomia.
A dança contemporânea é uma circulação de energia explosiva e recolhida. A dança contemporânea não possui uma técnica única estabelecida, todos os tipos de pessoas podem praticá-la.
Concluindo
Você pode notar durante a leitura, que para se definir um Contexto Histórico da Dança, a mesma passou por muitas transformações na sociedade. Atualmente, acompanhamos a evolução da Dança dia após dia, tanto nas modalidades, como por exemplo, com as famosas dançinhas do Tik Tok e também através dos ensino de professores que encontram novas metodologias para o ensino eficiente e consciente das técnicas de dança.
A História da Dança nos apresenta um mundo de possibilidades, estando presente em grandes momentos da história e podemos afirmar que diante de tantas transformações a dança é uma arte que se reinventa à cada época. A Dança se faz presente em nosso cotidiano, muitas vezes até imperceptíveis e também faz parte de um dos aspectos mais particulares do ser humano: a cultura. É através da cultura que carregamos a grande bagagem de tradição e história de um povo.
Dessa forma, a Dança e todo o seu contexto histórico possui uma grande responsabilidade como precursora cultural de um povo. A Dança se tornou uma das artes mais importantes ao longo da história e que, inclusive, possui uma data especial onde comemora-se o “Dia Internacional da Dança”.
De uma forma clara e objetiva, esse é o nosso texto sobre o “Contexto Histórico da Dança”. Você poderá utilizá-lo para suas pesquisas e trabalhos sobre Dança, seja na escola, faculdade ou universidade. Bons estudos!
Livro de Paul Bourcier - A história da dança
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