História da Dança

A História da Dança nos apresenta um mundo de possibilidades, estando presente em grandes momentos da história. A dança surge através dos movimentos corporais como forma de expressão. Aqui você encontrará a História da Dança: Danças Primitivas, Danças Milenares e muito mais. Descubra!
imagem Daiani Fiorire

Professora-Artista: Graduada em Dança pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Bailarina profissional: Registrada pela Delegacia Regional de Trabalho (DRT)

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Contexto Histórico da Dança

A História da Dança carrega em si uma bagagem histórico-político-social muito potente e transformadora. A dança nasceu com os primeiros seres humanos. Na pré-história dançava-se pela vida, pela sobrevivência, o homem evoluiu e a dança obteve características sagradas, os gestos eram místicos e acompanhavam rituais, como por exemplo, na Grécia, a dança ajudava nas lutas e na conquista da perfeição do corpo, já na Idade Média se tornou profana, ressurgindo no Renascimento.

A dança surge através dos movimentos corporais como uma necessidade de expressão. Por meio das pinturas encontradas nas cavernas, sabemos que homens e mulheres já dançavam desde a pré-história. Assim, a dança é uma das expressões artísticas mais antigas. Aqui em nossa Escola de Dança em Serra Negra, unimos a teoria e a prática para que os alunos possam compreender cada vez melhor sobre realmente o que é a Arte da Dança!

A dança caracteriza-se tanto pelos movimentos previamente estabelecidos, como a coreografia ou improvisados e sua existência pode ser como expressão artística ou como forma de divertimento. Os tratados sobre dança surgiram a partir do século XVI.

Cada país europeu criou suas próprias danças. Primeiro eram coletivas, depois foram adaptadas aos pares. Assim como vários outros aspectos culturais, a dança foi se transformando na proporção em que os povos foram se unindo e evoluindo.

Dança Primitiva

A dança acompanha o homem desde os povos primitivos. Uma prova disso são os registros de dança nas artes rupestres encontradas nos sítios arqueológicos espalhados pelo mundo. O homem dançava pela sobrevivência, dançava para a natureza em busca de mais alimentos, água e também em forma de agradecimento. A dança era quase um instinto e esses acontecimentos registrados nas paredes de cavernas em forma de desenhos, ficaram conhecidos como arte rupestre. O homem primitivo pintava nas paredes das grutas, cavernas e galerias subterrâneas cenas de caça e rituais que representavam a caçada. Nas eras Paleolítica e Mesolítica (9000 e 8000 a.C) a dança estava diretamente relacionada à sobrevivência. A dança ocorria em rituais com o intuito de impedir eventos naturais que poderiam prejudicar as colheitas, caça e pesca. Em cavernas onde encontram-se as artes rupestres há muitos desenhos de pessoas em roda, dançando em volta de animais, correndo e saltando imitando o movimento desses animais.

imagem dança primitiva
Pintura rupestre em caverna representando grupos de pessoas dançando.

danças milenares

Danças Milenares são aquelas que eram realizadas pelas civilizações antigas como meio de reverenciar os deuses, tendo uma forte ligação com o sagrado. Os egípcios promoviam grandes eventos tais como festividades de casamentos, funerais e de comemoração da colheita. Nessas festividades as danças serviam como forma de agradecimento pela bondade dos deuses ou motivo para pedir proteção. Os gregos acreditavam que o poder dos deuses era mágico, assim cada deus tinha seu próprio ritual realizado com danças. |Além, do ritual sagrado, as danças tinham outras finalidades, como por exemplo, a de preparar fisicamente grupos de atletas e de guerreiros. Ou, como parte do teatro da época onde os dançarinos formavam o “coro”. A elite da civilização romana não deu importância para a dança. Isto porque, na Idade Média se dá a grande expansão da fé cristã e com ela a responsabilidade da Igreja em evangelizar e cultuar o Cristo. Assim, a Igreja determinava o que era sagrado e o que era profano. E a dança na Idade Média, com seus movimentos corporais, é considerada como prática profana. Com o tempo, foi sendo esquecida. Mas, como forma improvisada e de diversão ainda podiam ser vistas nos campos da região.

danças milenares grécia
Dançarinos Gregos. Imagem de Le Musée absolu, Phaidon, 10-2012, Domínio público,

renascimento

No século XVI, surge o Renascimento e com ele, mudanças no pensamento e nos costumes. O Renascimento trouxe muitas mudanças no pensamento e nos costumes e foi a partir dessas mudanças que a dança ressurgiu. Porém, como uma forma diferente tendo um sentido de improvisação, de ludicidade e diversão que encanta o povo italiano.

Essa dança espontânea e comunicativa recebe o nome de “balleto”. Em pouco tempo, se torna agradável e passa a ser apreciada pela nobreza, ganha status social e projeção dentro e fora da Itália. Assim, os “balletos” chegam às terras francesas no século XVII. A consequência dessas mudanças geraram estudos e trouxe uma complexidade maior. A dança deixa de ser apenas diversão e passa a exigir mais disciplina e conhecimento.

As novas apresentações exigem um lugar mais apropriado e não mais os grandes salões da monarquia. Dessa maneira, transferem-se para os palcos dos teatros e com essa transferência surgem os espetáculos de dança realizados por profissionais, mas que ainda como algo que ficava entre o teatro e as pantomimas.

dança renascimento
A Dança Camponesa, de Pieter Bruegel, ano de 1568.

romantismo

O Romantismo, considerado a nova era, gera outras e novas mudanças. Foi nessa época que buscou-se recuperar a harmonia entre o homem e o mundo e para completar a revolução do balé clássico, século XVIII, que os bailarinos começam a usar sapatilhas. Os contos de fadas da literatura fazem grande sucesso. Histórias de Andersen, dos irmãos Grimm e de outros são lidos por todos e em todos os grandes centros da Europa e por que não contá-los de outra maneira? Unindo corpo e música? 

Assim, de expressões pessoais ou grupais, as danças passam a contar histórias completas, com início, meio e fim feliz. Essas histórias falavam de fadas, bruxas, magias e feitiços. Mas, para contá-las era preciso que essa linguagem fosse entendida pela platéia. E surgem os grandes, ricos e belos cenários que transformavam os sonhos em realidade.

Os personagens também tinham que ser reais e surge sua caracterização por meio dos esplendorosos figurinos. A música encomendada aos mais virtuosos compositores da época, como Wolfgang Amadeu Mozart (1756-1791) e o alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827).

Foi dessa forma que a dança alcançou o triunfo. Eram espetáculos deslumbrantes e apaixonantes por sua sensibilidade. E se tornaram grandes espetáculos. E surgem as primeiras escolas oficiais de dança, como por exemplo, Companhia de Diaghilev, o Ballet Russo, que expandiu a influência russa pela Europa e Ocidente.

romantismo dança
Cena do Ballet Romântico de Repertório "Giselle".

dança moderna

Na segunda metade do século XIX uma mulher novamente iria revolucionar toda a dança, era Isadora Duncan, provocando uma imensa renovação com uma dança mais livre, mais solta, mais ligada à vida real.

A dança moderna se tornou uma negação da formalidade do ballet clássico. Os bailarinos trabalham mais livres, porém não rompem completamente com a estrutura do balé clássico. Os movimentos corporais são muito mais explorados, existe um grande estudo das possibilidades motoras do corpo humano. Solos de improvisação são bastante frequentes. 

Martha Grahan e Nijinski são os grandes revolucionários da dança dessa época. Serge Pavlovitch Diaglhilev, ou Nijinski, russo, mesmo não sendo um dançarino, criou condições míticas para a dança. Marta Grahan nos Estados Unidos na década de cinquenta criou uma nova maneira de dançar independente da música, baseando-se principalmente nos sentimentos que qualquer som pode provocar, abrindo espaço para todas as possibilidades da dança.

imagem dança moderna
Dança Moderna em conjunto.

dança contemporânea

Na dança, a contemporaneidade deixa de ter uma estrutura clara, preocupando-se mais com a transmissão de conceitos, ideias e sentimentos do que com a estética. A dança contemporânea surgiu na década de 1960, como uma forma de protesto ou rompimento com a cultura clássica. 

Depois de um período de intensas inovações e experimentações, que muitas vezes beiravam a total desconstrução da arte, finalmente, na década de 1980 a dança contemporânea começou a se definir desenvolvendo uma linguagem própria. Os movimentos rompem com os movimentos clássicos e os movimentos da dança moderna, modifica o espaço, usando não só o palco como local de referência, mas outros espaços alternativos.

A dança contemporânea é uma explosão de movimentos e criações, o bailarino escreve no tempo e no espaço conforme surgem e ressurgem ideias e emoções. Os temas refletem a sociedade e a cultura nas quais estão inseridos, uma sociedade em mudança, são diversificados, abertos e pressupõem o diálogo entre o dançarino e o público numa interação entre sujeitos comunicativos. O corpo é mais livre, pois é dotado de maior autonomia. 

A dança contemporânea é uma circulação de energia explosiva e recolhida. A dança contemporânea não possui uma técnica única estabelecida, todos os tipos de pessoas podem praticá-la.

dança contemporânea
Bailarinos em movimentos de Dança Contemporânea, foto de Ranya Alrawi.

Concluindo

Você pode notar durante a leitura, que para se definir um Contexto Histórico da Dança, a mesma passou por muitas transformações na sociedade. Atualmente, acompanhamos a evolução da Dança dia após dia, tanto nas modalidades, como por exemplo, com as famosas dançinhas do Tik Tok e também através dos ensino de professores que encontram novas metodologias para o ensino eficiente e consciente das técnicas de dança.

A História da Dança nos apresenta um mundo de possibilidades, estando presente em grandes momentos da história e podemos afirmar que diante de tantas transformações a dança é uma arte que se reinventa à cada época. A Dança se faz presente em nosso cotidiano, muitas vezes até imperceptíveis e também faz parte de um dos aspectos mais particulares do ser humano: a cultura. É através da cultura que carregamos a grande bagagem de tradição e história de um povo. 

Dessa forma, a Dança e todo o seu contexto histórico possui uma grande responsabilidade como precursora cultural de um povo. A Dança se tornou uma das artes mais importantes ao longo da história e que, inclusive, possui uma data especial onde comemora-se o “Dia Internacional da Dança”.

De uma forma clara e objetiva, esse é o nosso texto sobre o “Contexto Histórico da Dança”. Você poderá utilizá-lo para suas pesquisas e trabalhos sobre Dança, seja na escola, faculdade ou universidade.  Bons estudos!

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